Recentemente, a Gol Linhas Aéreas (GOLL4), anunciou que ela e suas subsidiárias estão entrando com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como “Chapter 11”.
Esse movimento já era esperado pelo mercado, e por isso as ações da companhia vinham caindo desde a semana passada. Mesmo assim, após o anúncio as ações despencaram mais 33%, acumulando uma baixa de 52,93% nos últimos 30 dias.
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Situação Financeira Desafiadora
A Gol enfrenta uma dívida significativa que ultrapassa R$ 20 bilhões, desse valor, cerca de R$ 3 bilhões possuem vencimento no curto prazo. Além disso, a empresa lida com uma escassez de caixa, o que dificulta o cumprimento de suas obrigações financeiras.
Medidas de Recuperação e Impacto Operacional
Para auxiliar no processo de reestruturação, a Gol conseguiu garantir um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões, na modalidade debtor in possession (“DIP”), sujeito à aprovação judicial. Essa medida visa reestruturar as obrigações financeiras de curto prazo da empresa e fortalecer sua estrutura de capital para sustentabilidade a longo prazo.
Além disso, é importante ressaltar que, durante o processo de reestruturação, as operações da companhia, incluindo voos de passageiros, voos de carga da GOLLOG e o programa de fidelidade Smiles, continuarão operando normalmente.
GOLL4 é retirada de 10 índices da B3
Após o anúncio da recuperação judicial, a B3 tomou a decisão de excluir as ações da Gol de todos os seus índices, incluindo o Ibovespa. São eles: IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL. Esta medida foi tomada em conformidade com as regras da B3, que determinam a retirada de ativos negociados em situações especiais, como recuperação judicial, dos seus índices.
Apesar dessa mudança, as ações da Gol (GOLL4) continuam sendo negociadas normalmente na B3, mas agora sob o título de “Outras Condições”.
Perspectivas Futuras
A Gol considera a recuperação judicial nos Estados Unidos uma estratégia mais vantajosa do que um processo semelhante no Brasil. Esta preferência decorre das maiores possibilidades de financiamento disponíveis no exterior. A situação atual reflete os desafios que a indústria aérea tem enfrentado. Os quais foram agravados por fatores como a pandemia de COVID-19 e atrasos nas entregas de aviões pela Boeing.
A empresa já havia tentado enfrentar a crise por meio de uma união com a Avianca, formando a holding Abra. Mas, essa estratégia não foi suficiente para superar os desafios financeiros.
Este cenário coloca a empresa em uma posição delicada, onde a recuperação judicial aparece como uma estratégia necessária para a sobrevivência e eventual recuperação no longo prazo.