No início desse ano o Brasil foi pego de surpresa diante a um dos maiores casos de fraude contábil do país, o caso Americanas. Esse acontecimento além de repercutir internacionalmente, gerou prejuízos financeiros e reputacionais, para a empresa e para o mercado financeiro brasileiro, de forma geral. Tudo isso, trouxe a tona um tema de importante discussão, as manipulações contábeis.
Mesmo se realizada de forma sútil, é praticamente impossível que a manipulação contábil ocorra sem deixar rastros. E são justamente nesses pequenos detalhes que escândalos gigantescos podem ser previamente identificados e evitados. Isso porque, existem alguns indicadores capazes de identificar esses indícios e flagrar empresas que estejam manipulando os seus resultados.
Sabendo disso, o Drops realizou um estudo aprofundado sobre o assunto e criou um indicador próprio, chamado Partnr Accounting Risk Rating, ou como preferimos chamar, Radar de Manipulação Contábil. Capaz de identificar quais empresas brasileiras, tem alta probabilidade de estarem manipulando os seus resultados.
Neste artigo vamos te falar de forma resumida: como o Partnr Accounting Risk Rating funciona, como utilizá-lo e mostrar quais empresas brasileiras foram pegas pelo nosso radar!
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Caso Americanas
No início do ano, o principal assunto econômico no Brasil foi o caso da Americanas (AMER3). Em resumo, foram encontradas “inconsistências contábeis” no valor de 20 bilhões de reais nos balanços da empresa, o que causou a renúncia de seu CEO, Sergio Rial, que havia assumido a presidência no início de 2023. Posteriormente, foi determinado que a dívida da Americanas é na verdade de aproximadamente 43 bilhões de reais. Após encontrada e divulgada a fraude contábil, as ações da AMER caíram mais de 93% e o pedido de recuperação judicial da companhia foi acatado.
Como podemos identificar essas empresas e nos blindar dos possíveis prejuízos?
Como já mencionamos, existem indicadores que podem ser utilizados como ferramentas na detecção dos indícios de manipulação contábil. Dois deles, são:
O Beneish M-Score uma fórmula composta por oito indicadores que supõe que as empresas tendem a fraudar seus resultados se estiverem apresentando:
- Aumento desproporcional nas contas a receber em comparação às vendas;
- Piora das margens brutas;
- Aumento dos ativos menos líquidos em relação aos ativos totais;
- Crescimento rápido de vendas;
- Redução da depreciação;
- Aumento desproporcional entre despesas e receitas;
- Crescimento da alavancagem;
- Aumento dos ativos totais em relação ao fluxo de caixa.
E o Montier C-Score, composto por seis critérios usados para determinar se uma empresa está ou não manipulando suas demonstrações financeiras.
- Aumento da diferença entre o lucro líquido e o fluxo de caixa;
- Aumento nos dias de recebimento;
- Aumento nos dias em estoque;
- Aumento em outros ativos circulantes em relação à receita;
- Declínios na depreciação em relação aos ativos fixos;
- Crescimento total de ativos acima de 10%
Esses indicadores são confiáveis?
Em seu documento original, o Beneish M-Score apresentou uma assertividade próxima a 80% em indicar empresas fraudulentas. Além disso, apenas 17,5% das companhias classificadas como não manipuladoras vieram a se mostrar manipuladoras posteriormente.
No caso do Montier C-Score, no teste realizado entre 1993 e 2003, as empresas com C-Score alto, pontuações entre 5 e 6, ou seja, as possíveis manipuladoras, tiveram um desempenho 8% inferior ao do mercado anualmente, gerando um retorno anual de apenas 1,8%.
Dessa forma, além de indicar possíveis manipuladoras, ele também tende a destacar empresas destinadas a performar mal.
O Radar de Fraudes
Tanto o Montier quanto o Beneish, são indicadores americanos bem complexos de serem aplicados, especialmente aqui no Brasil e principalmente para aqueles que estão começando a sua jornada no mercado financeiro.
Portanto, na intenção de ajudar os investidores brasileiros a ficarem longe de empresas arriscadas e melhorar a rentabilidade de seus investimentos, o Drops da Bolsa decidiu combinar ambos os indicadores e aplicar aqui no Brasil, criando em um único indicador, o Partnr Accounting Risk Rating, ou Radar de Manipulação Contábil.
Para entender a metodologia com detalhes, acesse o artigo completo: é só clicar aqui!
O que descobrimos?
A Partnr aplicou o Accounting Risk Rating no mercado brasileiro, com o objetivo de verificar quais das mais de 400 empresas atualmente listadas na bolsa de valores passariam no filtro do Score e se mostrariam não manipuladoras.
Veja abaixo parte dos resultados encontrados:
Podemos observar que há nomes relevantes entre as empresas que caíram no pente fino do indicador, como a Magazine Luiza, Americanas, 3R Petroleum e Cury.
Para entender mais sobre o indicador e acessar a lista completa de empresa, leia o artigo completo, através do link:
Onde posso acessar o Radar de Fraudes?
Se você ficou interessado(a) e gostaria de ver a pontuação das demais empresas da Bolsa, nós disponibilizamos o acesso gratuito ao indicador, através da nossa plataforma.
É só você clicar no link: www.dropsdabolsa.com.br/home, pesquisar o ticker da empresa desejada e ver se ela é ou não uma possível manipuladora!
Concluindo
Fraudes contábeis são tão antigas quanto as finanças e mudam o tempo todo. Elas estão no meio dos negócios e não sairão de lá. Por isso, é importante para o investidor se proteger de atos desonestos das companhias. E agora, com o Radar de Fraudes ficou muito mais fácil!
Também, não se deve olhar apenas para esse indicador, é importante que o investidor saiba como operacionalmente funciona a empresa em que ele está investindo, a fim de ser capaz de antecipar situações como a de Americanas.
